Dicas para as empresas evitarem problemas relacionados ao Burnout
A partir de 1º/01/2022, com a revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Burnout, que na versão anterior (CID-10) era categorizado como um problema relacionado com a organização do modo de vida das pessoas, passou a ser classificado como um fenômeno ocupacional, ou seja, exclusivamente relacionado ao trabalho. Para Frederico Porto, médico e consultor de empresas, a nova classificação mudar tudo, pois cria nexo causal entre depressão e o trabalho. “O desafio é então como criar uma força de trabalho mais resiliente e como treinar o olhar e postura dos gestores para que possam perceber esse possível adoecer de membros da sua equipe”, avalia.

De acordo com Gisela da Silva Freire, sócia de Cescon, Barrieu, Flesch e Barreto Advogados, a definição prevista na CID-11, Burnout é uma síndrome resultante de estresse crônico no local de trabalho e é caracterizada por três dimensões: i) sensação de esgotamento ou exaustão;ii) aumento da distância mental do trabalho, ou sentimento negativo relacionado ao trabalho; e iii) baixa produtividade. Ela lembra que é importante observar que a CI-11 define o Burnout não como uma doença, mas sim como uma síndrome, ou seja, não há uma única causa específica para o diagnóstico de Burnout. “Disso decorre que o Burnout é menos uma questão individual e mais um problema estrutural, relacionado a fatores organizacionais e culturais da empresa. Jornadas de trabalho extensas, assédio moral e sexual e condições de trabalho estressantes são fenômenos que já vem sendo estudados e enfrentados por especialistas da área médica e do Direito há algum tempo, pelos impactos causados na saúde dos trabalhadores. Essas condições nocivas de trabalho são os principais fatores de desencadeamento do quadro de Burnout”, explica.
A especialista esclarece que aquelas empresas que não zelarem por um ambiente de trabalho hígido, um diagnóstico de Burnout pode significar não só diminuição de produtividade como também condenações na justiça do trabalho em indenizações por danos extrapatrimoniais. “As empresas devem se preocupar, portanto, com as causas do Burnout, e não simplesmente com os efeitos, com os sintomas. Nesse sentido, devem ser adotadas algumas medidas como o aperfeiçoamento dos exames médicos admissionais e de rotina, para que o médico do trabalho conheça a fundo o histórico de saúde do trabalhador; treinamentos e políticas efetivas contra qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho, incluindo um canal de denúncias confiável; garantia de períodos de desconexão do trabalhador; proibição de jornadas de trabalho excessivas, além de, obviamente, cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”, pontua.
De acordo com Freire, essas medidas de caráter preventivo também terão muita relevância no âmbito judicial, pois a perícia técnica em ações trabalhistas sobre Burnout terá que investigar a origem dos sintomas e deverá apurar se esses sintomas estão relacionados ao ambiente de trabalho. Se a empresa tiver evidências de que adota efetivamente medidas preventivas, os riscos de uma condenação poderão ser mitigados.
Para Porto, há dois pontos importantes, ou seja, é preciso ter uma perspectiva integral do seu humano, com suas dimensões física, emocional, mental e espiritual e a partir disso cuidar como se cuida de um atleta profissional. “A resiliência somente é atingida com a recuperação, exemplo: como pode um lutador de Muay Thai partir um taco de beisebol chutando com sua tíbia? Consegue porque a tíbia foi treinada em um tronco durante anos, chutava, tinha microfraturas, descansava, assim criava-se um calo ósseo então chutava novamente, gerava novas microfraturas, descansava. Até que a tíbia fica indestrutível. Se ele não der tempo para o organismo se recuperar após o treino a tíbia fica mais fraca ao invés de mais forte”, exemplifica. Na prática, para o médico é preciso que as empresas busquem práticas recuperativas em todas as dimensões (física, emocional, mental e espiritual) para que haja uma recuperação profunda e dessa forma se crie mais resiliência.
Os principais cuidados da empresa:
– Evitar jornadas de trabalho extensas
– Redobrar a atenção com a cultura organizacional afim de evitar entraves como assédio moral e sexual, além de condições de trabalho estressantes
– Adotar medidas como o aperfeiçoamento dos exames médicos admissionais e de rotina, para que o médico do trabalho conheça a fundo o histórico de saúde do trabalhador
– Oferecer treinamentos e políticas efetivas contra qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho, incluindo um canal de denúncias confiável
– Garantir períodos de desconexão do trabalhador
– Cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho.
Fonte: Jornal Contábil .
READ MORE12 sinais de que você pode estar sofrendo da Síndrome de Burnout
Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais
Nestes tempos bicudos, num país que se fosse filme teria como título “Hell in Paradise”, acho interessante falar de um risco que se torna cada vez mais presente na vida dos administradores: a Síndrome de Burnout. Numa tradução livre, seria “Fritou!”.
Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais, pois, pela literatura, essas pessoas têm como característica o “desejo de serem as melhores e sempre demonstrar alto grau de desempenho” e também “medem a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional”.
Em minha experiência clínica, a maioria das pessoas com esse perfil teve um pai exigente e com dificuldade de expressar afeto, o que cria na criança a ilusão de que o afeto paterno virá com grande produção ou resultados. Claro que não existe um número mágico nem na produtividade nem nos ganhos que faça, a partir dali, a pessoa se sentir suprida afetivamente. Isso só pode acontecer quando temos prazer no que fazemos. Tem que ser divertido!
Mas o que acontece com nosso personagem? O que no início é satisfação e prazer termina quando o reconhecimento por esse desempenho não vem ou não é sentido (pois baseia-se em uma ilusão!). Nesse momento, ou a pessoa se conscientiza ou, mais comumente, pensa que ainda não fez o suficiente e entra numa fase de obstinação e compulsão, em um processo sempre crescente e que acaba envolvendo e afetando também suas relações pessoais e familiares.
Já disse para muito paciente nesse estágio que querer seguir na neurose é uma escolha dele, mas querer que seus pares, subordinados ou filhos entrem no jogo não é possível – nem justo. Nas empresas de ponta, onde se busca a cooperação e o trabalho em equipe, ter um membro ou, pior, um líder nesse processo não deve ajudar em nada na execução dos objetivos.
No final, a pessoa passa a sofrer problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão, o que o tira do jogo temporária ou permanentemente.
Conclusão? No meu primeiro artigo, falei da nossa Análise SWOT interna, feita pelo nosso filtro cognitivo, como processo de avaliar as ameaças e oportunidades que a vida nos proporciona. As questões emocionais podem gerar erros na nossa SWOT, como esses que resultam na Síndrome de Burnout, que por sua vez pode acabar com uma carreira espetacular. Como recomendado pela psicologia, todos os profissionais precisam de supervisão e estar abertos para ouvir. Se você acredita que corre esse risco, pelo menos faça uma autoavaliação, busque um amigo em quem confia e permita que ele lhe diga a verdade. Ouça e reflita atentamente. Você pode e deve virar esse jogo.
Abaixo, para os interessados, uma lista da evolução e sintomas da Síndrome de Burnout:
1 – Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz;
2 – Dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);
3 – Descaso com as necessidades pessoais – atividades como comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
4 – Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
5 – Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da autoestima é o trabalho;
6 – Negação do outro – nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
7 – Recolhimento e aversão a reuniões (antissocialização);
8 – Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
9 – Despersonalização – evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc.;
10 – Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
11 – Depressão – marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
12 – E, finalmente, a do esgotamento profissional propriamente dito, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência, com sintomas variados: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e problemas digestivos.
Autor: José Irineu Golbspan
Fonte: Administradores – Link: http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/12-sinais-de-que-voce-pode-estar-sofrendo-da-sindrome-de-burnout/89983/
READ MORESíndrome de Burnout: fique atento aos sinais de esgotamento profissional
De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), esse mal atinge cerca de 4% da população mundial e 30% da população brasileira
Diversos fatores da sociedade atual contribuem para que os níveis de stress e ansiedade aumentem consideravelmente. Dos avanços tecnológicos, que acarretam a substituição de mão de obra humana por softwares e máquinas, até a preocupação com a manutenção do emprego, devido à crise que vivemos no Brasil. O esgotamento profissional, gerado por situações de estresse, pode evoluir para a chamada Síndrome de Burnout. Apesar de ter sido descoberta há décadas, começou a ser discutida no Brasil há apenas alguns anos.
O termo Burnout se aplica apenas ao ambiente corporativo e foi criado em 1974 pelo psicanalista americano Herbert Freundenberger, para descrever seu próprio adoecimento e de seus colegas. Essa síndrome ainda não possui um conceito definitivo e se caracteriza por um estado de exaustão emocional, mental e física do indivíduo. “As causas da Síndrome de Burnout são estresse excessivo e prolongado causado pelo trabalho. Ela engloba três vertentes: exaustão emocional, despersonalização e falta de envolvimento pessoal no trabalho”, explica Zora Viana, psicóloga e coach da Atitude Emocional.
O aumento na frequência de casos da síndrome, fez com que ela fosse registrada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID – 10), conforme consta na Portaria nº 1339/99. “Apesar de todas as profissões estarem sujeitas à Síndrome de Burnout, as mais afetadas são as que exigem envolvimento interpessoal direto e intenso. São exemplos as áreas da saúde, educação, assistência social, bombeiros, policiais, entre outros”, relata Zora.
A Síndrome de Burnout é causada pela combinação de alguns fatores, quando eles se apresentam em excesso. Entre eles, estão a rotina de trabalho desgastante, falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, vício em trabalho, nível muito alto de exigência o tempo todo, problemas de relacionamento com superiores, colegas e clientes, falta de autonomia, sentimento de autossuficiência, negatividade, insatisfação, sentimento de exploração e desvalorização, sobrecarga e ausência de uma válvula de escape.
Os sintomas iniciais podem se confundir com depressão e podem variar de acordo com cada pessoa. Por isso, Zora alerta que é fundamental realizar um diagnóstico preciso com um profissional. “Em caráter emocional, o indivíduo que sofre da síndrome pode apresentar comportamentos como agressividade, isolamento, confusão interior, desânimo para o trabalho, atitudes negativas, monotonia e sensação de que não possui tempo suficiente para realizar as tarefas”, explica.
Além disso, é possível que apareçam sintomas físicos como dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrointestinais e, em mulheres, é comum alteração no ciclo menstrual. Alguns sintomas disfuncionais também devem ser observados como falta de libido ou insatisfação sexual e insuficiência ou exagero do apetite e do sono.
A doença pode ser tratada com acompanhamento psicológico e em alguns casos, é necessária uso de medicamentos orientado por um psiquiatra, mas é essencial que ocorra uma mudança no estilo de vida. “Primeiro é importante que o psicólogo consiga identificar se é o comportamento do paciente ou o ambiente de trabalho que acarretam as situações de estresse. Também não adiantará fazer uso de medicamentos e continuar com a mesma rotina que o fez adoecer. É preciso uma mudança de posicionamento do indivíduo sobre o ambiente, as tarefas e a rotina de trabalho. Buscar qualidade de vida é o grande segredo para superar e restabelecer o equilíbrio pessoal”, finaliza Zora Viana.
Fonte: Administradores
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